Férias, finalmente!!!

Agora sim, estou de férias!!! Na montanha mais alta de Portugal, rodeado de golfinhos e baleias, e com vinhos de categoria mundial à minha espera para serem provados!!! Não estarei por aqui nos próximos tempos, mas prometo voltar em breve, com notícias fresquinhas como o peixe que vou comer todos os dias, no paraíso!!! Até já!!!

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Lista de plantas Setembro 2009

Deixo a lista de plantas disponíveis no Cantinho das Aromáticas para Setembro, de forma a que seja mais fácil descarregar para consulta e escolha na nossa loja virtual, em http://loja.cantinhodasaromaticas.pt/loja/.

Da lista fazem parte informações detalhadas sobre as plantas, organizadas numa tabela, tais como:

  • Nome vulgar da planta;
  • Nome científico;
  • Propriedades (Aromática, Medicinal, Condimentar - A,M,C);
  • Comestível (sim ou não);Repelente de pragas (sim ou não);
  • Atrai insectos úteis (sim ou não);
  • Ciclo (Anual, vivaz, perene);
  • Exposição (Sol, meia-sombra, sombra).

Depois de escolhidas e confirmada a sua compra, as plantas são enviadas por transportadora para qualquer ponto do país.

Disponível aqui:

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Chás de Portugal

O que é o chá? Não é mais do que uma bebida preparada pelo método de infusão da planta Camellia sinensis, conhecida por chazeiro. Esta planta é originária da China e Japão e está profundamente associada aos costumes locais, constituindo a sua preparação e consumo um verdadeiro ritual que atravessou gerações. Curioso o facto de que a bebida é conhecida no Ocidente muito antes do que a própria planta, sendo que, mesmo nos dias de hoje, é enorme a perplexidade quando alguém descobre que a sua bebida favorita é feita com uma planta muito parecida com a cameleira ornamental que tem no jardim!!! No entanto, no nosso país muitas pessoas confundem o chazeiro com uma outra planta, designada por chá-bravo, chá-inglês ou planta-do-chá (Sida rhombifolia), planta introduzida e vulgar no norte e centro, com origem na América tropical, e com propriedades e sabor absolutamente distintos.

Chá-bravo, chá-inglês ou planta-do-chá (Sida rhombifolia). Imagem extraída da net
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As restantes bebidas, também preparadas desta forma, devem ser designadas por infusões ou tisanas. A palavra chá refere-se normalmente a infusões de folhas, flores ou frutos de várias plantas, tais como camomila, tília ou cidreira, para além das próprias folhas da planta do chá. Entre nós é também muito popular o “chá de limão”, obtido a partir da casca desse fruto, uma espécie de panaceia nacional, com o poder de confortar!!!
Terão sido os portugueses que, no séc. XVI, trouxeram da China o chá, tendo-o popularizado pelos quatro cantos do mundo. Em Inglaterra o seu consumo intensificou-se rapidamente e, a partir de meados do séc. XVIII, o chá tornou-se a bebida de eleição de todas as classes sociais. Terá sido Catarina de Bragança a popularizar o consumo de chá na corte inglesa.
Associado ao chá existem verdadeiros detalhes preciosos da história recente: de forma a assegurar a procura exponencial, foram criadas frotas de veleiros muito velozes, chamados clippers, que tinham de aproveitar ventos favoráveis para cedo chegar à Europa, garantindo melhores preços para os seus carregamentos. As colónias inglesas na América adoptaram rapidamente o hábito de consumir chá, sendo famoso o incidente de Boston, em que os revoltosos atacaram e incendiaram barcos de chá estacionados no seu porto, como protesto contra uma subida de impostos decretada pela coroa inglesa, tendo este episódio contribuido para alimentar os movimentos contestatários que haviam de conduzir à independência destas colónias.
A sua cultura e tecnologia foram segredos bem guardados durante muitos anos, de tal forma que chegou a pensar-se no Ocidente que existiriam duas espécies diferentes, uma para o chá preto e outra para o chá verde. Ambos são obtidos a partir da mesma folha ou rebento, sendo que o chá verde não é fermentado, o chá preto é fermentado e existe outras formas, como o oolong, que é semi-fermentado. Hoje são exploradas diferentes variedades, tais como a Camellia sinensis var. sinensis e a Camellia sinensis var. assamica.
No século XIX a cultura foi introduzida nos Açores, estando concentrada na ilha de São Miguel, em duas explorações (Gorreana e Porto Formoso), estimando-se que a produção actual não exceda as 30 toneladas numa área de 30 hectares, sendo estas consideradas as únicas explorações de chá da Europa. A cultura foi tentada no Continente por várias pessoas, mas por vicissitudes várias, nunca chegou a prosperar. Inacreditável o facto de, comprovadamente o noroeste de Portugal ter condições extremanente favoráveis (talvez as melhores da Europa) à sua cultura e ainda ninguém o ter experimentado, recentemente. A prová-lo, a existência de milhares de cameleiras que povoam os jardins, algumas à centenas de anos, e até alguns exemplares de chazeiros, prósperos. O que comprova bem o actual estado da nossa agricultura, que também sofre por falta de inovadores...
A nível mundial, a cultura do chazeiro ocupa actualmente mais de 2,5 milhões de hectares, com uma produção de cerca de 2,5 milhões de toneladas anuais, e é uma das bebidas mais consumidas do planeta, com uma procura crescente à medida que cresce também a oferta de produtos derivados e se investigam e comprovam as suas inúmeras propriedades medicinais. Já são quase 5 da tarde, vai um chá?!!! Porque não...
Chazeiro (Camellia sinensis). Imagem extraída da net

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Campanha “Agricultura Biológica. Boa para a natureza, boa para si.”

Em 2008, a Comissão Europeia lançou uma campanha promocional para a agricultura e produção biológica, denominada “Agricultura Biológica. Boa para a natureza, boa para si.”
Desde então, foi criada uma plataforma online em http://ec.europa.eu/agriculture/organic/home_pt que funciona como o ponto central de informação para todas as questões relacionadas com as políticas da Comissão para a agricultura biológica. Para apoiar as campanhas promocionais locais, os visitantes do site e partes interessadas podem fazer o download gratuito de materiais, tais como: informação sobre agricultura biológica para consumidores, pacotes de informação para diferentes grupos alvos, fotografias, apresentações e brochuras. O material informativo está disponível em 22 línguas Europeias e é amplamente usado por organizações ligadas à agricultura biológica, autoridades nacionais, produtores, professores, imprensa, consumidores de toda a Europa, entre outros. Fica aqui o nosso contributo.

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Camarinha

Camarinha ou camarinheira (Corema album ou Corema album ssp. azoricum) é uma planta da família das Ericáceas, embora nalguns manuais mais antigos apareça associada à família das Empetráceas. As flores surgem de Março a Junho, masculinas e femininas em plantas separadas, mas são tão pequenas que passam quase despercebidas, sendo a sua polinização assegurada pelo vento. A ramagem liberta uma intensa e espectacular fragância a mel (dos Deuses). Os frutos surgem em pleno Agosto e Setembro, pequenas drupas brancas, semelhantes a pérolas, comestíveis, constituindo um apetitoso festim para animais silvestres e humanos atentos. Noutros tempos eram vendidos por mulheres, em diversas zonas balneares do país, em cartuchos de papel, como testemunha o meu pai.
É um endemismo ibérico, sendo frequente em sistemas dunares ou matas baixas dos pinheirais, ocorrendo desde Cádiz ao Algarve e ao longo de toda a costa portuguesa, até à Galiza, onde a pude observar no paraíso botânico que são as ilhas de Ons e Cíes. Ocorre também nos Açores, nas ilhas de São Miguel, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial.
Trata-se de uma espécie em perigo, com um enorme potencial enquanto planta ornamental. Já a propaguei em tempos, por estacaria, desenvolveu-se bem, mas depois acabou por morrer, talvez pelo excesso de rega. Nunca mais ousei, por respeito, mas tentarei assim que puder. Infelizmente encontra-se muito pouco estudada e são escassas as referências a esta planta, sendo no entanto citada por alguns autores como remineralizante, antihelmíntica leve e febrífuga, além de comestível.
Inspirou uma Associação de defesa do património em Caminha, COREMA, que se dedica, entre outras coisas, a preservar esta espécie e os habitats associados.
Mais uma vez, recorri ao baú de memórias e recuperei umas fotos tiradas em plena Costa Vicentina, há já alguns anos. Haaa, as boas memórias que esta planta me traz...
Camarinhal
Camarinha macho
Camarinha fêmea
Frutos

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Telefonema de Moçambique

Este fim-de-semana recebi um telefonema de um grande amigo que vive na cidade da Beira, em Moçambique. No momento em que atendi, estava na praia, a ver as ondas, sentado, depois de um refrescante mergulho.
Diz-me ele: Sabes onde estou?! No Parque Nacional da Gorongosa!!! Tenho leões à esquerda e elefantes à direita!!!
O meu amigo sabe que este é um dos 10 sítios do planeta que mais gostava de visitar, foi por isso uma enorme alegria ouvi-lo e súbita a vontade de entrar numa máquina do tempo e aparecer de imediato... Talvez em breve!!! Após o rápido telefonema, ficou no ar um cheiro exótico, um cheiro que me fazia falta nos últimos tempos, fui atrás dele... Descobri alguns minutos depois o que era: O perfume único e exclusivo de uma planta que me traz recordações maravilhosas, a camarinha!!! Gosto sempre de memórias olfativas e das viagens que fazemos com elas. Intercontinentais!!! Bem hajas, Gonçalo!!!

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De partida para férias

Nós jardineiros vivemos o período das férias com sentimentos mistos, uma vez que sair de casa e mudar de ritmo é bom, mas ao mesmo tempo deixámos para trás os maravilhosos frutos que estão a amadurecer, as flores que estão no seu melhor, e algumas tarefas fundamentais, se queremos que o jardim continue lindo durante o Outono. Pior do que partir poderá ser regressar e constatar que o nosso belo jardim está repleto de infestantes, fruta estragada, plantas desidratadas ou mortas, pragas e doenças que alastraram em território sagrado.
Contudo, há vantagens em partir – deparar com novas realidades pode abrir-nos a mente, se estivermos atentos ao que nos rodeia, permitindo adquirir informação diversa, mesmo sobre as plantas que temos em casa. Basta viajar um pouco para sul no nosso país (para onde parece que vão todos os portugueses em Agosto!!!) para encontrarmos ecossistemas completamente distintos daqueles a norte, com plantas típicas de solos calcários, resistentes à seca, tais como tomilhos (Thymus sp.), estêvas (Cistus sp.), alecrim (Rosmarinus sp.) e marioilas ou salvão (Phlomis sp.), entre muitas outras espécies.
Não imaginam o prazer que me dá percorrer estes “jardins” espontâneos e pensar que a maior parte destas plantas são altamente valorizadas como espécies ornamentais em países como a Inglaterra ou os Estados Unidos. Muitas apresentam-se pouco desenvolvidas e algumas até atrofiadas, o que pode parecer estranho, até darmos conta que o solo do nosso jardim é certamente mais rico em nutrientes e tem maior capacidade de retenção de água do que aquele com que nos deparámos. Já para não falar de todos os outros factores bióticos e abióticos aos quais se encontram expostas, tais como ventos fortes, pastoreio, incêndios, erosão, etc. Nada disto acontece normalmente nos nossos recantos. Convém no entanto referir que a maior parte destas plantas depende efectivamente destes factores até como condicionante para a sua longevidade, ou seja, um tomilho pastado está na realidade a ser estimulado a desenvolver novos rebentos, contribuindo isto de forma decisiva para que dure mais tempo. Costumo dizer, em tom de brincadeira, que nos jardins temos quase sempre “plantas musculadas”, em comparação com as suas parentes selvagens. Na ausência destes factores, a tendência para o envelhecimento precoce é enorme. Por isso mesmo, temos que nos substituir a eles, simulando-os. É o que acontece quando podámos, no fundo recriámos as condições naturais e as plantas agradecem, rejuvenescendo.
Observando a sua distribuição no estado espontâneo, frequentemente em maciços agrupados e densos, sendo mais dispersos nos limites, damos conta de como podemos recriar um espaço mais naturalizado no nosso jardim. Depois de observarmos uma estêva ao sol numa colina inclinada e pedregosa algures, nunca vamos cometer o erro de a plantar numa zona sombria ou com solo húmido, no nosso jardim. Ainda mais importante, o tipo de solo em que as plantas se desenvolvem no seu habitat, fornece indicações preciosas sobre a preparação do mesmo, lá em casa. Por isso, muita atenção ao que nos rodeia, porque nos transmite muita informação útil, assim haja sensibilidade para a acolher.

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Músicas do mundo

É uma primeira vez, mas gostava de deixar aqui 2 músicas que gosto muito, cresci a ouvi-las e a sonhar com elas, ambas com vídeos fantásticos, dedicados ao planeta e à vida. Apesar de pertencerem a géneros musicais completamente distintos, são na realidade universais, emocionantes. Um legado.
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Earth Song - Michael Jackson



Return to innocence - Enigma

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